Uma mão cheia de textos

Diário da semana

 

 No dia de S. Valentim, fomos assistir à peça de teatro “A Lenda de S. Valentim”, representada pela turma L do curso EFA. Gostei do sketch do anjo com a flecha do Amor, o Cupido. Também gostei do casamento que foi realizado em segredo, às escondidas do imperador que proibia os soldados de se casarem. Quando o imperador descobriu a desobediência à Lei, ficou tão furioso que mandou prender e torturar Valentim até à morte.

 

Gorete Silva (Turma B)

A travessia da noite de Geniéve de Gaulle

 

“A porta fechou-se pesadamente. Estou só na noite fria. As paredes nuas e frias da cela ajudaram-me a perceber que a minha liberdade ficou do outro lado do meu sonho interrompido.”

 

Assim, começou Geniéve a viver o seu pesadelo no campo de concentração de “Ravensbruck”.

Neste livro autobiográfico, Geniéve conta como sobreviveu ao terror do “bunker”, como lhe chamava.

O que mais me impressionou foi o momento em que jovens cobaias humanas foram submetidas às horríveis experiências do professor-cirurgião, Gebhardt, o qual mutilo um grupo de raparigas polacas, tendo a mais nova, Bacha, apenas 14 anos.

Achei fantástico como, apesar de tanto sofrimento, as companheiras de cela de Geniéve terem festejado o seu dia de anos, louvando a Deus por mais um dia de vida: um verdadeiro momento de felicidade.

Aconselho a leitura deste livro porque nos ensina que a luta pela nossa dignidade é aquela que temos sempre que valorizar e nunca nos devemos ajoelhar aos pés de ninguém quando temos a certeza de que temos razão.

 

Deolinda Tavares (Turma B)

Pedro, o Pescador

  

Em Jerusalém, há uma aldeia de pescadores.

 Pedro, Filipe, Artur, António, Miguel e Jacinto são um grupo de pescadores que pertence à mesma companha e andam na faina todo o dia.

Em terra, ficava Pedro  a coser as redes da faina, sentado a olhar para o mar a ver partir as chatas, os barcos de pesca artesanal onde iam os seus companheiros. Também olhava para terra, para o seu lindo bairro de pescadores com as suas cabanas de colmo.

Pedro era um homem muito sábio e justo e todos os pescadores gostavam muito dele. Dava também bons conselhos e desejava-lhes boa sorte para a faina. Ao mesmo tempo, tomava conta da aldeia, porque com os seus oitenta e cinco anos já estava a ficar um pouco velho para ir para o mar.

Pedro era agora o chefe da aldeia por decisão de todos. E porque era bom e justo, toda a aldeia concordou em que recebesse, para viver dignamente, uma percentagem do lucro da venda do peixe.

 

Joaquim Henriques (Turma B)

Carta de Amor

 

Meu amor,

Quando te vejo, o meu coração parece que quer explodir dentro do meu peito. Eu, sem ti, não consigo respirar.

Os teus olhos são como duas pérolas brilhantes. A tua boca macia... só me apetece beijá-la. O teu cabelo preto, sedoso e liso é uma noite estrelada. O teu corpo parece desenhado a lápis. Tudo em ti é perfeito.

Gostava de ser água para, quando tu a fosses beber, poder sentir os teus lábios.

Meu amor, ao receberes esta carta, estarei à tua porta com um ramo de rosas e um pedido de namoro.

Beijos deste que tanto te quer.

 

José Gramaço (Turma B)

A lua de Joana

 

Lua de Joana é um livro que me impressionou muito porque é sobre uma jovem, joana, que morre de uma overdose.

Joana teve um grande desgosto com a morte por overdose da sua amiga Marta que habitara no seu prédio e cujos pais se davam com os seus. Diogo, irmão de Marta, ficou muito revoltado com a morte da irmã.

Joana tinha sempre presente a memória da amiga e escrevia-lhe todos os dias uma carta, contando-lhe tudo o que se passava na escola e em casa dos pais. Dizia-lhe, por exemplo, o que se passava com o Miguel e o Luis, que o Diogo andava estranho, que lhe pedia dinheiro, que os pais se tinham separado. O dinheiro, veio a descobrir, era para comprar droga. Joana estava apaixonada pelo Diogo, embora ele não quisesse compromissos. Desabafava que lá em casa não comunicavam uns com os outros e que a única pessoa que a ouvia era a avó que já estava velhinha e doente. Contava que experimentara com o Diogo essas substâncias que o punham feliz e que quando dera por ela já estava mais viciada que ele. Diogo fez uma desintoxicação. Ela não encontrou em si forças para parar.

“Lua”é o nome da cadeira em forma de meia-lua que veio redecorar o seu quarto e onde ela se sentava a escrever as cartas que deixou e que ajudam a compreender a razão do desnorte que levou Joana ao caminho da droga.

 

Maria Isaura Silva (Turma B)

O menino d'ouro

 

Era uma vez um menino de cabelo dourado que, com grande sabedoria, explicava aos adultos através dos seus desenhos, para nunca se esquecerem de que já foram pequeninos.

 Os adultos são muito complicados e nunca irão compreender que um menino de cinco ou seis anos, pela sua imaginação, seja alguém com mais sabedoria do que eles, sobretudo na pureza, na fantasia e na verdade do que diz.

Na imaginação do autor aplica-se bem a uma frase que diz assim: "Aquele que domina o seu espírito, vale mais do que o que conquista cidades, mas aquele que conquista cidades e domina o espírito, vale ainda muito mais".

O principezinho tinha o dom de conquistar cidades dentro do seu próprio mundo e assim construía um mundo à sua maneira, um mundo construído com o coração, pois, como dizia a raposa ao Principezinho, "o essencial é invisível para os olhos".

O ser humano só será completo, quando sonhar, sentir e acreditar como o Principezinho.

 

Deolinda Tavares, Turma B, "Comunidade de Leitores", dezembro de 2010

Sonho da Selva

 

Estava muito bem a dormir, quando comecei a sonhar que estava em África, em plena selva, juntamente com  colegas de turma.

Nisto, saltei para a frente para dominar um leão. Pensei, então, que não era domador de animais, muito menos domador de leões.

Uma colega disse-me: “Sai daí, Joaquim, antes que o leão te coma.” Logo aí  me apercebi de que não estava na selva, mas sim no imaginário de um sonho.

O sonho de qualquer ser humano é melhorar o mundo. Eu também gostava de poder mudar o mundo, um pouquinho que fosse, para o melhorar.

Gostava que não abatessem selvaticamente árvores só para ganharem dinheiro a qualquer custo. E que todos se lembrassem que no mundo, a cada minuto, morre um ser humano com fome e sede.

Fala-se muito em ajudar o próximo, mas isso é uma grande metáfora. Devemos ajudar mais e falar menos. Devemos ter com os outros uma camaradagem simples. A amizade é um bem precioso.

Quando voltei do sonho, olhei em redor. Estava no quarto, deitado na cama e vi que era um sonho difícil de se realizar. Porém, gostava de tentar com todos os meus companheiros. Não, na selva, mas sim, na cidade que é uma autêntica selva no dia-a-dia, sem rumo à vista para os seres humanos.

 

Joaquim Henriques (Turma B)

A cultura cigana

 

O povo cigano tem várias tradições. Uma delas é termos nascido para nos dedicarmos ao negócio. Na tradição cigana o casamento é de três dias com muitos convidados. Temos as nossas leis. Uma das leis é casarmos uns com outros. Gostamos de ouvir as vozes dos mais velhos porque nos dão bons conselhos com sabedoria.

Uma das tradições é o luto cigano. Quando nos morre um filho é uma vida inteira de luto para os pais. Quando é um familiar mais afastado temos menos tempo de luto. Vai de seis meses a um ano. Três meses por um primo, seis meses por um tio e um ano a ano e meio por um irmão e dois por um pai e uma mãe.

Quando morre o marido a mulher fica viúva, faz o luto a vida inteira.

O luto para os ciganos significa não ver televisão, ouvir música e não ir a festas.

Quando os homens ciganos estão de luto usam chapéu, deixam crescer a barba e é um sinal de respeito e dor pelos familiares que morreram.

Eu, César Rosa (Turma A) tenho orgulho da tradição cigana.